Novidades Científicas
O 1º tratamento aprovado que usa terapia CRISPR no mundo
O tratamento Exa-cel, também conhecido como Casgevy, recebeu a sua primeira aprovação no dia 16 de novembro pela Agência Reguladora de Medicamentos e Cuidados Médicos do Reino Unido (MHRA). Esta aprovação é aplicada ao tratamento de dois distúrbios sanguíneos: anemia falciforme e beta-talassemia dependente de transplante. Esta decisão pode ser o primeiro passo numa nova era das terapias genéticas.
A Casgevy utiliza a técnica CRISPR com alvo no gene BCL11A, que é responsável por fazer a transição da hemoglobina fetal para hemoglobina “adulta“ logo após o nascimento. Em pacientes afetados pelos distúrbios em questão têm esta hemoglobina “adulta“ defeituosa, pelo que o objetivo é desabilitar este gene para que a hemoglobina fetal continue a ser produzida já que esta, em principio, não apresentará os mesmos defeitos.
O tratamento por este método envolve a recolha de células estaminais hematopoiéticas da medula óssea, modificá-las através da Casgevy e depois reinseri-las no paciente, após este tomar um fármaco quimioterápico de forma a eliminar todas as células não editadas na medula óssea.
No momento, várias outros tipos de métodos de tratamento baseados em CRISPR estão a ser pesquisados, para diferentes tipos de doenças, desde doenças herdadas a doenças cardiovasculares gerais.
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Algoritmo para administração mais eficiente de fármacos em crianças
Um novo algoritmo na Tanzânia permitiu um corte em cerca de 46% nas prescrições de antibióticos a crianças, sem comprometer a chance de recuperação.
O uso excessivo de antibióticos é uma preocupação a nível mundial, uma vez que pressiona as bactérias a desenvolverem novas estratégias de sobrevivência e adaptação a estes fármacos, dificultando o tratamento futuro. Um exemplo deste problema é a Tanzânia, onde se estima que mais de 50% dos antibióticos prescritos a crianças não são apropriados.
O novo algoritmo, denominado ePOCT+, atua como um guia para os profissionais de saúde para quais os sintomas estar atento, quais testes realizar, o diagnóstico mais provável e a melhor forma de tratamento para cada situação. Tudo isto baseado em dados recolhidos durante uma análise “superficial“ e inicial do paciente, em que se realizam testes como o nível de oxigénio no sangue, nível de hemoglobina saudável no sangue e níveis de inflamação.
Como forma de avaliar este estudo analisou-se a quantidade de prescrições de antibióticos em comparação com os dados de prescrições em situações sem o algoritmo. Desta forma, registou-se um decréscimo na percentagem de prescrições para cerca de 23%, quando numa situação normal o percentual de prescrições pode ultrapassar os 70%, tudo isto sem afetar negativamente os pacientes.
Alguns parâmetros ainda devem ser aprovados de forma a garantir a validade universal e analisar a eficácia real deste algoritmo. Mas estes dados revelam-se promissores na prevenção da origem de bactérias multirresistentes.
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Modelo de IA que consegue avaliar o risco da pessoa desenvolver cancro nos pulmões com apenas um raio-x
Este modelo de IA consegue determinar se um não fumador está ou não em alto risco de desenvolver cancro nos pulmões, recorrendo apenas a dados de um único raio-x.
Durante a avaliação médica regular, não se consegue determinar quando um não fumador está em maior ou menor risco de cancro nos pulmões, pelo que muitas vezes não existem protocolos aplicados a eles no que diz respeito à realização de testes como raio-x e TAC.
O modelo de IA apresentado, analisou milhares de raios-x de pacientes com idades entre 55 e 74, identificando cerca de 28% como pacientes de alto risco de desenvolver cancro pulmonar. Destes, cerca de 3% desenvolveu esta patologia, número que já poderá permitir ao médico recorrer a outros exames, baseado exclusivamente nesta identificação como alto risco, caso este modelo seja aprovado como viável para utilização generalizada.
Esta abordagem e outras em desenvolvimento mostram-se cada vez mais importantes numa época em que as taxas de tabagismo estão a diminuir, pelo que é importante desenvolver ferramentas úteis na deteção precoce deste tipo de cancro em não fumadores.
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Workshops e Eventos
CoLab Sessions 10ª Edição:
Esta iniciativa tem como objetivo aproximar os estudantes do IST à investigação científica através de colaborações semestrais em diversos laboratórios de investigação. Se tens interesse em colaborar em projetos de investigação, existem novos projetos que decorrerão no próximo semestre com a colaboração do iBB, IBEB, ITQB, NOVA, LBMF e iMed!
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